Hamartoma esplênico
Homem de 47 anos com dor abdominal há um ano. Refere dor abdominal difusa a palpação abdominal...
HISTÓRIA CLÍNICA
Homem de 47 anos com dor abdominal há um ano. Refere dor abdominal difusa a palpação abdominal. Nega trauma e alergias. Realizou tomografia computadorizada demonstrou nódulo esplênico de aspecto inespecífico. Solicitada ressonância magnética (RM) para elucidação diagnóstica.
ACHADOS:
Figura 1: Ressonância magnética no corte axial em T1 demonstrando lesão ovalada no baço com discreto alto sinal em relação ao restante do parênquima (seta branca).
Figura 2: Ressonância magnética no corte axial em T2 SPIR demonstrando lesão ovalada no baço com alto sinal em relação ao restante do parênquima (seta branca).
Figura 3: Ressonância magnética no corte coronal em T2 demonstrando lesão ovalada no baço com alto sinal em relação ao restante do parênquima (seta branca).
O conjunto de achados sugere hamartoma esplênico.
INTRODUÇÃO
- O baço é a maior glândula dupla e o maior órgão linfático no corpo, sendo de origem mesodérmica.1
- As funções esplênicas incluem vigilância imunológica, degradação de glóbulos vermelhos e contração esplênica para o aumento do volume sanguíneo durante a hemorragia.1
EPIDEMIOLOGIA
- Os tumores esplênicos são relativamente raros e incluem malignidades tais como linfomas, angiossarcomas, plasmocitomas, histiocitomas fibrosos malignos primários e doença metastática.1,2,3,4
- A lesões benignas esplênicas mais frequentes incluem hemangiomas, cistos e hamartomas, este raramente relatado na literatura.5
- Epidemiologicamente, o hamartoma esplênico pode afetar ambos os sexos de forma semelhante, independentemente da faixa etária, predominantemente em adultos mais velhos.5
- Cerca de 20% dos hamartomas ocorrem em crianças.8 Geralmente são diagnosticados após esplenectomias ou em autópsias.8
PATOLOGIA
- Patologicamente, o hamartoma esplênico é caracterizado por uma proliferação semelhante a tumores dos tecidos do baço normal.5
- O hamartoma mostra crescimento expansivo e comprime o tecido esplênico circundante sem uma cápsula verdadeira.9
SINTOMATOLOGIA
- A maioria dos pacientes são assintomáticos,10 mas existem alguns casos com sintomas hematológicos – anemia, trombocitopenia e infecções, além dos sintomas clínicos causados pela massa tumoral.3
- Apenas 15% dos pacientes apresentam sintomas, mais comumente dor abdominal, esplenomegalia, citopenia e ruptura espontânea acidental.9
ULTRASSONOGRAFIA
- Demonstra os hamartomas esplênicos como massas sólidas homogêneas e bem definidas, com ecogenicidade variável em relação ao parênquima esplênico normal, mas outras podem ser heterogêneas com alterações císticas ou, em casos raros, algumas delas possuem calcificação grosseira secundária a isquemia ou hemorragia.9
- O Doppler apresente aumento do fluxo sanguíneo.9
- A ultrassonografia Doppler colorida e a ultrassonografia contrastada com injeção de agente de contraste de microbolas, como Levovist, são úteis.11
- A ultrassonografia contrastada revela um realce notável após a injeção de Levovist.11
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
• A TC demonstra que os hamartomas esplênicos são massas isodensas ou hipodensas com realce prolongado após a administração intravenosa de material de contraste.2 ·
• Além disso, a fusão de imagens entre a tomografia com emissão de pósitrons (PET) utilizando 18F-fluoro-2-desoxi-D-glicose (FDG) com as da TC torna-se uma ferramenta importante na avaliação de pacientes com doença maligna ou suspeita de linfoma para avaliar outros malignos.2
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
• O principal diagnóstico diferencial é o hemangioma, sendo a RM a técnica mais adequada para diferenciá-los.2,4,12 • A maioria das lesões é isointensa nas imagens ponderadas em T1 e heterogeneamente hiperintensa nas imagens ponderadas em T2.
o Nas sequências dinâmicas com contraste, é típico observar um aprimoramento fraco e heterogêneo em imagens imediatas pós-contraste.
o Essas são as características-chave da diferenciação entre hamartomas e hemangiomas. Nas imagens de pós-contraste atrasadas, o harmatoma é reforçado de forma relativamente uniforme e intensa e pode mostrar áreas com pouca vascularização central.12
TRATAMENTO
- Recentemente, foram desenvolvidos tratamentos menos invasivos, como cirurgia assistida por laparoscopia.2
REFERÊNCIAS
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